O atual Governo está a "empurrar com a barriga" os projectos de investimento público.

13 de setembro de 2016
PSD

Esta terça-feira, 13 de setembro, na sessão de Encerramento das Jornadas Parlamentares do PSD, Pedro Passos Coelho criticou a atuação do atual governo e dos partidos que o apoiam, considerando que a solução governativa está "hoje bloqueada na capacidade de poder executar qualquer reforma" que traga melhores perspectivas para o futuro.

O líder do PSD também afirmou que o atual Governo está a atrasar projectos de investimento público devido à falta de dinheiro.

Pedro Passos Coelho disse que o atual Governo adoptou a "conversa que podemos pagar menos impostos e que isso não custa nada aos cidadãos" e que "tudo pode correr melhor", mas "depois vemos a realidade e não corresponde com esta retórica".

O Presidente do PSD citou casos de insatisfação que lhe foram relatados na visita recente a Viseu, 10 de setembro, para falar de "dezenas de projectos [de investimento público] que estavam previstos e cabimentados e não se realizam. Estão na gaveta porque não há dinheiro".

O líder do PSD concretizou que a receita da contribuição rodoviária não está a ser afecta à Infraestruturas de Portugal, "que assim não pode fazer os projectos que estavam programados". Segundo Pedro Passos Coelho, o atual Governo está a "empurrar com a barriga" os projectos de investimento público.

O atual Governo aumentou o Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) "como nunca no passado e tira-se o dinheiro do investimento público que estava programado, para sustentar a retórica que a austeridade acabou e que o governo é mais amigo das pessoas e teremos uma economia melhor", salientou o Presidente do PSD.

Mas "afinal a economia está a crescer metade do registado no ano passado e o investimento a cair significativamente e o milagre do consumo não sustenta o crescimento económico", acusou o líder do PSD.

O líder do PSD acusou ainda o atual Governo de viver do "instantâneo, do dia-a-dia com uma fé inesgotável na capacidade de improvisar para lidar com o futuro".

"Não devemos estar muito preocupados em ganhar o debate instantâneo. Devemos estar preocupados num horizonte razoável", pediu Pedro Passos Coelho aos deputados do PSD, afirmando que "não faremos a diferença se seguirmos o caminho que está a ser seguido agora", sendo que é "difícil maximizar mais os riscos do que está a acontecer agora".

"Não vale a pena investir e ser habilidoso numa retórica que passe melhor", sendo que a "retórica predominante choca com a realidade e faz de conta que as restrições não existem" e "cria nas pessoas a ilusão que as restrições no passado eram falsas".

"Em Portugal estamos a andar para trás. Se em 2017 as opções se mantiverem, será mais um sinal de retrocesso", disse Pedro Passos Coelho.

O Presidente do PSD disse que o Governo tem um "comportamento revanchista no Parlamento e fora dele", sendo que "não podemos fazer compromissos com quem rompe com políticas importantes que o país se sacrificou a fazer a pensar no futuro".

"Quem quer fazer compromissos não anda à pedrada. Quem anda a procura de compromissos anda a ver com cuidado onde nos podemos entender", afirmou o líder do PSD. 

"Se o país esta bloqueado porque a solução política não quer reformar nada e viver com a ilusão que não temos restrições, só o PSD pode hoje oferecer uma solução de reformar o país para o futuro", disse Pedro Passos Coelho, reiterando que a "retórica da austeridade está esgotada".

"É connosco que que os portugueses sabem que podem contar quando for preciso efectuar reformas", concluiu o líder do PSD, afirmando que a "nossa missão não é agradar. É reformar para por o país num nível de bem-estar superior".