Novo Banco: “risco de perda de milhões sobre os contribuintes”

13 de julho de 2017
PSD

A manutenção de uma participação de 25% do Novo Banco – alienado à norte-americana Lone Star Funds - por parte do Fundo de Resolução, acarreta maior probabilidade de perdas do que de ganhos futuros. Os riscos, calculados em centenas de milhões de euros, recaem sobre os contribuintes, contrariamente ao que afirmou o primeiro-ministro.

Na audição parlamentar ao governador do Banco de Portugal, o deputado do PSD, Carlos Silva, inquiriu o supervisor da banca sobre o “timing” da venda do Novo Banco: “Porque é que não foi vendido em 2015?”. Carlos Silva, manifestou, ainda, preocupação sobre os custos da venda do NB e a audição confirma que não estão afastados riscos crescentes sobre os contribuintes.

Tal como o Governo, o Banco de Portugal não abre o jogo em matéria de garantia pública concedia pelo Estado para viabilizar o negócio com o fundo norte-americano. “Senhor governador, para a garantia pública estão a ser pedidos 25% dos montantes em termos de financiamento. Pretendemos saber que outros cenários existiam. E não é dada qualquer resposta”, refere o deputado Carlos Silva. “Quando questionado sobre este tema, o Governo remete para o Banco de Portugal. Não conseguimos compreender porque se mantém silêncio sobre este tema”. Os deputados estão ainda sem uma resposta.

Os contornos do processo de venda do Novo Banco não são transparentes: as autoridades e as responsabilidades efetivas de cada entidade envolvida (Governo e Banco de Portugal), o impacto sobre o Fundo de Resolução, o interesse público associado à realização do contrato de venda, os custos para os contribuintes, a alienação da carteira de ativos e a estabilização do sistema financeiro português.