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“O Governo do PS, que tanto criticava a obsessão do défice, acabou por deixar se seduzir por essa obsessão”
Foi no seu comentário habitual na SIC Notícias, no Programa Esquerda-Direita, que Marco António Costa destacou a satisfação do PSD pelo crescimento da economia portuguesa mas, no entanto, “o Governo não pode perder o espírito reformista” que é importante para o País.
“Portugal fez um percurso de recuperação da sua situação económica e financeira que começou há vários anos. É um trabalho do Governo liderado pelo PSD e também do atual. Mas, acima de tudo, são os portugueses que estão de parabéns pois resistiram a muitas dificuldades ao longo destes anos”, vincou o Vice-presidente do PSD.
As reformas empreendidas pelo anterior Governo não podem ser esquecidas. O que Portugal fez em 2012 e 2013, está agora a produzir os seus resultados.
“Há muitas reformas que foram feitas em 2012 e 2013 que estão produzir os seus efeitos e, neste momento, o que é importante manter é o espírito reformista e que este Governo lançasse mão a um conjunto de iniciativas que criassem condições para que surjam reformas que, no futuro, continuem a garantir uma durabilidade da recuperação nacional e que acentuem a capacidade do País de crescer a uma taxa superior a 3% para que a economia ganhe uma solidez que não tem tido”, disse.
Em relação aos recentes alertas do Banco Central Europeu sobre o efeito “bola de neve” da dívida portuguesa, Marco António Costa avisou que Portugal tem de ter uma maior atenção com a sua situação face à dívida que tem.
“O custo implicito da nossa dívida está a crescer. Temos de garantir um crescimento robusto e, para isso, é fundamental que saibamos que atingimos um défice em 2016 assente em medidas extraordinárias e que, por sua vez, nos deve fazer refletir sobre a necessidade de se fazer um conjunto de reformas na nossa economia que garantam que o país tenha um crescimento sustentável. Se a economia crescer acima dos 3%, começamos a ter condições efetivas para olharmos com mais tranquilidade para o futuro”, avançou.
Porém o social-democrata não deixou de relembrar que aquilo que o PS tanto criticava no passado, é o que faz na atualidade.
“O Governo do PS, que tanto criticava a obsessão do défice, acabou por deixar se seduzir por essa obsessão e, em meados do ano passado, mudou a estratégia orçamental para cumprir o défice recorrendo a medidas extraordinárias e, dessa forma, tentando impedir que o país ficasse numa situação de maior dificuldade”, ironizou.
Para o PSD há algo que não se pode, de forma alguma descurar. “O Governo não pode perder o espírito reformista que o anterior Governo teve e que é importante para Portugal e os portugueses”, afirmou.
Sobre as recentes declarações do ministro Alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, em relação a Mário Centeno, Marco António Costa argumentou que não passam “de um folcore da política porque o que é importante são as questões concretas que têm a ver com a economia nacional”.
