Governo alterou condições de empréstimo

3 de abril de 2017
PSD

 

Maria Luís Albuquerque, vice-presidente do Partido Social Democrata, esteve na Manhã da Renascença e deixou três perguntas a António Costa no que se refere à venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star. “Por que razão não foram vendidos os 100% do banco?”; “por que razão é que permanece uma situação em que o resto do sistema financeiro fica a suportar aquilo que é, em parte, a atividade de um concorrente numa situação em que já não é um banco de transição?”; “que custos é que isso vai de facto ter?”, pergunta.

Em entrevista à Rádio Renascença, Maria Luís Albuquerque reforçou esta manhã que não se percebe o motivo pelo qual o Governo não vendeu a totalidade o NB. “Precisamos de saber e queremos explicações para compreender porque é que isso aconteceu e que consequências é que pode vir a ter para os contribuintes e para o sistema financeiro”. De acordo com a social-democrata, “não há nada, nas explicações até hoje dadas, que nos permita compreender” por que razão “ficaram 25% do lado público”.

A vice-presidente do PSD alertou para o facto de haver “responsabilidades assumidas que podem ir até quatro mil milhões” e acrescentou que a venda do Novo Banco, tal como foi feita, poderá vir a ser suportada pelos contribuintes. Segundo explicou Maria Luís Albuquerque, foram alteradas as condições do empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução, pois “há pouco mais de um mês, o Governo reviu as condições desse empréstimo e passou de um prazo relativamente curto para um empréstimo a 30 anos, com uma taxa de juro que é muito inferior àquilo que o dinheiro a 30 anos custaria ao Estado”. Assim sendo, “isso significa, de facto, que os contribuintes vão suportar uma parte do custo”.

Para Maria Luís Albuquerque, não se trata apenas de emprestar, mas como “se empresta e nós não sabemos ainda como vai acontecer nesta solução”. A vice-presidente do PSD esclareceu, sobre o empréstimo ao Fundo de Resolução, que “os bancos continuam a pagar juros, mas têm um prazo mais longo e pagam juros mais baixos do que o dinheiro custa ao Estado, o que significa que uma parte do custo foi transferido para os contribuintes.”