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O PSD desafiou o primeiro-ministro a pronunciar-se sobre a construção da ala pediátrica do Hospital de S. João, o INEM e a construção da nova maternidade de Coimbra, numa semana em que os social-democratas se deparam, no terreno, com as dificuldades do setor da Saúde
“Os portugueses pagam muito mais impostos e os serviços que o Estado oferece estão cada vez mais degradados, essa é a realidade”, denunciou esta quarta-feira Fernando Negrão num debate quinzenal, no qual destacou que o PSD dedicou a semana a visitar um dos setores mais afetados pelas políticas da atual governação: o da Saúde. Quis, por isso, perguntar ao primeiro-ministro: “acha sério continuar a dizer aos portugueses que já não vivemos em austeridade?”.
Depois de ter lembrado que o Executivo bateu, em 2016, “o recorde de cativações”, que nos últimos dois anos ocorreu “o menor esforço de investimento público das últimas décadas” e que “a carga fiscal foi, no ano passado, a mais alta desde 1995”, o Presidente do Grupo Parlamentar do PSD (GPPSD) foi explícito ao referir que “todos os portugueses sentem” as dificuldades resultantes dos “cortes nas despesas de funcionamento do Estado”. Levou, por isso, a debate a ala pediátrica do Hospital de S. João, o INEM e a nova maternidade de Coimbra.
Desafiando António Costa a não imputar a responsabilidade a outros (já que “lhe cabe há dois anos e meio”), Fernando Negrão apontou a necessidade de “criar melhores condições para que as crianças sejam tratadas com dignidade”, no Hospital de S. João. Referiu que a situação vivida no hospital “é muito complexa” e questionou o Governo sobre quando começam, efetivamente, as obras e sobre quem as suportará (“dinheiros públicos ou de mecenas?”, precisou).
Apesar de o primeiro-ministro se ter disponibilizado a entregar um estudo a propósito dos tempos de resposta do INEM no atendimento das chamadas de socorro, certo é que “ainda não chegou”, apontou. “Sabemos que o ministro da Saúde anda muito ocupado, de tal maneira que quem vem responder ao Parlamento é o ministro das Finanças”, ironizou para, logo depois, perguntar: “quando vai dotar o INEM de recursos técnicos e humanos necessários para que leve a cabo, com eficácia, a sua missão?”.
Fernando Negrão recordou, também, a visita realizada esta segunda-feira à Maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra. “Funciona como nenhuma deve funcionar: isolada e longe das outras especialidades que podem ser necessárias”, alertou. Lembrou que “o ministro da Saúde deu luz verde à construção de uma nova maternidade” e, apesar de ter apresentado um “calendário de início e fim de obras”, “nada avançou”. “Curiosamente, lendo o Programa de Estabilidade, a nova maternidade de Coimbra não consta na lista de investimentos estratégicos”, salientou, desafiando o Executivo a pronunciar-se sobre “o que mudou”.