Declarações de Costa sobre PT/Altice são exemplo de “perda de memória”

13 de julho de 2017
PSD

Declarações do primeiro-ministro sobre a Altice/PT preocupam. A privatização foi iniciada por um governo do qual António Costa fez parte. Mais um exemplo de que quem governa o País se dedica ao “passa as culpas”.

 

Foi com perplexidade que o PSD ouviu as declarações do sr. primeiro-ministro no debate do estado da nação sobre a Altice”, referiu Luís Leite Ramos em declarações, hoje ao “Fórum TSF”. “Se tem realmente suspeitas fundadas de que há coisas que estão a correr mal, acho que só há uma solução que é atuar”, acrescentou, lembrando que “um primeiro-ministro não pode ter o discurso do Dr. António Costa que, para além de irritado e desorientado, se põe a tecer considerações de avaliação pessoal e subjetiva sobre uma empresa”.

Em causa estão afirmações de António Costa em que disse recear pelo futuro da PT Portugal, tendo dirigido acusações à Altice, empresa detentora, e àquilo que apelidou de “forma irresponsável como foi feita a privatização”. De acordo com Luís Leite Ramos, “não podemos aceitar, repudiamos esta forma de fazer política”, pois este é mais um exemplo em como o atual Executivo privilegia o “passar a culpa a todos os outros”.

Segundo reiterou o deputado, “o Governo e o Partido Socialista têm perdido a memória relativamente a uma série de coisas que aconteceram no País nos últimos anos”. Concretamente sobre a PT, “o sr. primeiro-ministro deve ter um bocado de memória porque foi um governo que ele integrou que criou este problema enorme, que destruiu a PT, numa relação que hoje está, mais ou menos, traçada com o BES e com uma série de gente que está já constituída arguida relativamente a um conjunto de situações que foram fatais para a PT”.

 

“PSD não sente nenhuma responsabilidade naquilo que aconteceu à PT

O PSD não sente nenhuma responsabilidade naquilo que aconteceu à PT”, uma vez que se “limitou a deixar funcionar o mercado e, de alguma forma, a tentar salvar aquilo que foi deixado pelo governo do Eng. Sócrates”. Acrescentou, ainda, que nunca foi objetivo do PSD “intrometer-se no funcionamento da economia e das empresas”. “O Governo PSD/CDS-PP naturalmente que teve de dar seguimento a um processo já com consequências gravíssimas e que determinaram, de alguma forma, o estado a que a empresa chegou”, clarificou.

Luís Leite Ramos, ainda sobre as declarações de António Costa, defendeu que “um primeiro-ministro tem de estar à altura da função e não pode ser opinativo”. Considera, por isso, que “esta conversa vai muito além da conversa de café” e que, “do ponto de vista daquela que é a função e a responsabilidade do dirigente máximo do Governo, é extremamente grave”.

O social-democrata referiu-se, ainda, às contradições de António Costa, na medida em que “foi há dois meses buscar à PT dois elementos para integrarem a entidade reguladora das telecomunicações” e agora deu “um sinal negativo a todo o mercado, correndo o risco de penalizar gravemente a própria empresa e as empresas parceiras da PT neste negócio”. Luís Leite Ramos perguntou se “será esta uma forma do sr. primeiro-ministro sacudir a água do capote, a responsabilidade que não quer assumir relativamente aos eventos trágicos de Pedrógão Grande?”. O PSD entende, assim, que “este pode ser mais um episódio do passar de culpas” semelhante àqueles a que o País tem assistido nas últimas semanas.

O vice-presidente da bancada social-democrata reforçou que “o PSD está do lado dos trabalhadores”, defendendo “que a proteção dos seus direitos tem de ser garantida pelo Estado”. “Se há dúvidas, se há problemas, o Estado tem de intervir”, salientou.