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O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, acusou António Costa de continuar com a “política do show off” e de se desresponsabilizar. Casos como os dos incêndios de verão, da colocação de professores ou Tancos revelam um Executivo incapaz de responder perante o País
“Já sabíamos que era o primeiro-ministro do anúncio das medidas e da governação do dia a dia”, afirmou esta quarta-feira Hugo Soares, acusando António Costa de liderar o “governo da desresponsabilização” permanente. Justificou as suas afirmações com várias situações: os problemas nos concursos de professores, os incêndios deste Verão, o furto do material de Tancos e, ainda, com o desinvestimento em Saúde.
O líder parlamentar do PSD lembrou que o atual executivo “mudou a meio as regras do concurso de colocação de professores”, o que resultou em “centenas de professores prejudicados”. Afirmou, ainda, que António Costa agiu “como se tivesse caído no governo de paraquedas”, quando “é primeiro-ministro há dois anos”. “Conhecia as regras, mudou-as antes do concurso, os professores foram prejudicados e o senhor não quer resolver o problema”, referiu.
Recordou, também, todos aqueles que faleceram na sequência dos incêndios para alertar: “parece que a culpa vai morrer solteira, o boy do Partido Socialista que devia ter sido demitido, por indecente e má figura, sai por uma questão lateral e o senhor primeiro-ministro não assume qualquer responsabilidade”.
Tancos: PSD pergunta, mas António Costa insiste em não responder
Hugo Soares não tardou em abordar Tancos: “numa primeira fase era de grande gravidade, numa segunda não era nada demais, depois as inenarráveis declarações do ministro da Defesa”. Considerou que, volvidos três meses, era “altura de confrontar” António Costa: “pode dizer ao País, porque é o mínimo que lhe posso exigir, se o que aconteceu em Tancos foi ou não um furto?”. Apesar de ter insistido, o social-democrata não conseguiu obter por parte de quem governa uma resposta precisa, por isso foi claro: “o País sabe hoje, 97 dias depois, que o senhor primeiro-ministro não é capaz de dizer se o material desapareceu porque veio um ovni, se o inventário foi mal feito ou se, efetivamente, foi de lá retirado”. Para o PSD, trata-se de responsabilidade política e, como tal, Hugo Soares acusou António Costa de não a ter, dizendo mesmo que a “sacode todos os dias”.
Saúde: “é um tormento governar com as expectativas que gerou?”
Quanto ao setor da Saúde, o Presidente do Grupo Parlamentar do PSD lembrou que “a dívida continua a crescer de forma exponencial” e que há cada vez mais greves, assim como cirurgias adiadas, consultas atrasadas e, por conseguinte, “um serviço que não serve as pessoas”. Contudo, “os senhores enchem a boca a dizer que estão a salvar o serviço de saúde”, ironizou para, logo, acrescentar que “tormento era governar quando não se tinha a certeza se havia dinheiro para pagar salários ou quando se tinha de pagar as dívidas que um governo [a que António Costa pertenceu] deixou para os outros pagarem”. Hugo Soares perguntou ainda: “se o senhor primeiro-ministro virou a página da austeridade, das dificuldades, acha agora que é um tormento governar com as expectativas que gerou?”.
Hospital de Ovar: PSD questiona critérios para nomeações
Acusando António Costa de escolher as pessoas porque “são suas”, o líder parlamentar do PSD fez mais uma “pergunta direta”. Referiu-se ao Hospital de Ovar para denunciar que foi nomeado, “para presidente do conselho diretivo, um professor do ensino secundário, um candidato do PS derrotado”, bem como “para vogal, a filha de um homem forte do PS de Ovar”. Dada a situação perguntou: “que critério presidiu a estas nomeações?”.
António Costa foi, uma vez mais, vago na resposta, atribuindo a responsabilidade pelas nomeações ao ministro da Saúde. Por isso, Hugo Soares insistiu, dizendo: “a responsabilidade é sempre dos outros, nunca é sua”. Considerando que “as respostas às perguntas” do PSD foram “zero”, esclareceu: “pode ter a certeza de que este grupo parlamentar vai colocar as questões, mesmo sabendo que o senhor primeiro-ministro se desresponsabiliza constantemente”.
Habitação: medidas anunciadas reafirmam “política do show off”
Sobre o tema que António Costa levou ao debate quinzenal, o presidente da bancada social-democrata lembrou que o atual governo rasgou a estratégia nacional para a política de habitação do executivo anterior, tendo anunciado “há dois anos um grande fundo para a reabilitação urbana” e um “programa da casa eficiente”, dos quais se parece ter esquecido. “Tinha até 5,5 milhões de euros no orçamento para as políticas do setor que ficaram todos cativados”, denunciou. Neste sentido, e considerando todos os anúncios que António Costa levou hoje para o Parlamento, ironizou: “o senhor é melhor a anunciar em 5 minutos do que um bom carpinteiro a apertar pregos o dia inteiro”. Ou seja, para Hugo Soares, Costa incrementa “a política do show off”, sem passar à ação.