CGD: “Uma vergonha”, a esquerda está a branquear

14 de julho de 2017
PSD

 

É “uma vergonha e um branqueamento como não há memória”, afirma Hugo Soares, coordenador do PSD na CPI, a propósito do encerramento da Comissão Parlamentar de Inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD), antes de receber documentação essencial. Hugo Soares não hesita em afirmar que PS, PCP e BE se “tornam coniventes com a falta de descoberta da verdade”.

Os partidos de esquerda chumbaram esta semana o pedido do PSD para suspender os trabalhos da comissão de inquérito até ao conhecimento das decisões judiciais que se aguardam. Como recordou Hugo Soares, "existe uma deliberação desta Comissão Parlamentar de Inquérito a pedir acesso aos documentos. Todas as decisões [do Tribunal da Relação de Lisboa] têm sido favoráveis e estão agora em recurso. Ninguém perceberia que seja agora a própria CPI, sem esperar pelos documentos que solicitou e pela decisão dos tribunais, a encerrar os trabalhos".

Os documentos em causa foram solicitados ao Ministério das Finanças, à CGD e ao Banco de Portugal, e têm que ver com a lista dos 50 maiores devedores da Caixa. Apesar de a Relação de Lisboa obrigar à entrega dessa informação ao Parlamento, aquelas instituições recusaram-se sempre a fornecê-la. Cabe agora ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidir, mas se a comissão se extinguir antes de uma decisão, o STJ não se poderá sequer pronunciar sobre o pedido da CPI.

Acresce que o Ministério Público se encontra, atualmente, a investigar “fortes indícios” de concessão de créditos irregulares e sem as devidas garantias por parte da CGD, suspeitando-se de “omissão” deliberada de passivo do banco.

“Sabendo hoje que esses indícios vieram a constituir imparidades que motivaram a necessidade de injetar dinheiro dos contribuintes (cinco mil milhões de euros), nenhum português perceberá que a CPI não leve os seus trabalhos até ao fim”, sublinha Hugo Soares.

Porém, nem os apelos feitos pelos deputados social-democratas ao Presidente da Assembleia da República, para que Ferro Rodrigues usasse “o seu magistério de influência junto dos demais grupos parlamentares para que o Parlamento possa sair dignificado”, encontraram eco junto do PS, PCP e BE.

Uma circunstância inédita, no entender de Hugo Soares, e absolutamente indigna do instituto da CPI e funcionamento do Parlamento”. Para concluir: “os partidos de esquerda têm a obrigação de cumprir o exercício do seu mandato, há um julgamento político que os portugueses farão e nós também".