CFSIRP: PS demonstrou uma atitude lamentável para com a democracia

11 de maio de 2017
PSD

O Presidente do PSD disse ainda que estamos a ser “governados de uma forma manhosa”

O PSD deseja um futuro melhor para Portugal, e para isso é preciso uma agenda reformista, para que o País possa crescer

 

A propósito da nomeação para o Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações, Pedro Passos Coelho afirmou hoje, em Portalegre, que o que se passou com o chumbo do nome de Teresa Morais para a presidência deste organismo foi “lamentável”.

A vice-presidente do PSD já fez parte deste conselho, com ilustres deputados socialistas dessa época, e tem perfil e provas dadas nesta matéria. “Tivesse ela ficado no Conselho de Fiscalização mais tempo e de forma mais efetiva e talvez alguns escândalos não tivessem ocorrido, como o conhecido caso dos julgamentos de Silva Carvalho.  A Teresa Morais tem o que se chama uma folha impecável, que só a recomenda”, afirmou Pedro Passos Coelho.

No entanto, o Partido Socialista diz que não tem perfil e não apoia.

 “Esta é uma atitude lamentável. Há vários meses, o chefe de Governo consultou-me a propósito do novo nome para os serviços de informação e nós anuímos a essa escolha. Dois dias depois de o primeiro-ministro ter informado o País de que ia substituir o secretário-geral dos serviços de informação, depois de ter ouvido que concordei com a substituição, o PS rejeita a pessoa que devia, pelo Parlamento, fiscalizar o serviço”, denunciou.

O Governo acha que pode “escolher para os serviços de informação quem entende mas o PSD e o Parlamento não podem escolher quem tem perfil para fiscalizar esta ação.

O PSD vai refletir sobre o que se passou, porque nos parece que ultrapassa a colaboração democrática que deve haver entre os partidos. O que fizeram foi um veto político à Dra. Teresa Morais. É uma mancha na folha ao PS e espero que se possa ultrapassar. Se nós atuássemos com a arrogância com que se comportam, não teríamos eleito nenhum socialista”, disse.

 

Governo tem pautado o seu caminho por uma “forma manhosa de tratar os problemas

Há um ano que o Executivo prometeu uma solução para os lesados do BES. No entanto, ainda não há soluções, continua-se na expectativa, e “promessas destas são muitas”.

O Governo, durante um ano e meio, “cancelou o programa de investimento que deixámos para dar mais equilíbrio ao território. Até quando não havia dinheiro nós tínhamos investimento. Gastaram quase menos mil milhões de euros do que nós e não querem assumir esta responsabilidade”, afirmou o líder da oposição.

Mas o populismo do Governo reflete-se também na discussão do aumento do salário mínimo nacional. “Esquecem-se que ele foi congelado por um governo socialista e que nós o aumentámos. Propuseram aumentar 20% o ordenado mínimo. Mas a economia aguenta? O que queremos é que as pessoas tenham emprego. E governo faz demagogia em torno desta matéria”, acusou.

O mesmo se passa com o processo de integração de precários. Ainda não se sabe quanto vai custar, o Governo já publicou uma portaria mas só em 2018 teremos uma lei. “Daqui até lá, é como se estivéssemos todos no Estado. Quando é que isso vai acontecer? Certamente antes das eleições de 2019. Isto é um desrespeito para quem trabalha para o Estado”, disse.

Também no congelamento de carreiras se passa o mesmo. É preciso descongelar carreiras, senão ninguém quer trabalhar para o Estado. Mas o que se passa é que não é “fácil, porque é muito caro. Porque temos de considerar o tempo em que as carreiras estiveram descongeladas. Se não fosse isso não custava nada. Porque é que não fazem isso? Porque sabem que é preciso contar o tempo em que as pessoas não progrediram. Tem de se fazer o reposicionamento, o que equivale a vários aumentos de rendimentos de funcionários públicos. E isto é caro. O que o Governo está a fazer é dizer que não se conte esse tempo. Mas isso é uma mistificação. Claro que é preciso contar esse tempo. Preparam-se para quê? Contar metade, um terço, fazer um corte? Isto é uma forma séria? Os sindicatos da administração pública acham normal? Este é um processo muito caro que precisa de uma gestão cuidadosa. Até 2019, deve haver alguma notícia de algo que se pode fazer aqui”.

Tudo isto é uma “forma manhosa de tratar os problemas. Estamos a ser governados de uma forma manhosa”, acusou. Porque para o atual Governo, o que está bem é mérito do Executivo e o que está mal é por causa da herança recebida. Não conta que estejam a cortar no investimento e na despesa pública. Não conta que não assumam medidas extraordinárias.

O PSD não compactua com esta maneira de fazer política, porque “temos de estar próximo das pessoas, e isso é respeitá-las. Não é andar aos beijinhos e abraços a contar histórias da carochinha e com estratégias manhosas”, disse.

 

O PSD quer que Portugal tenha futuro, e para isso é preciso uma agenda reformista

O líder do PSD reiterou ainda que Portugal precisa de crescer, que “precisamos de crescer nas nossas terras. O País tem de ver as suas famílias e as suas empresas a desenvolverem-se. Isso exige uma agenda reformista e uma vontade e determinação em não cruzar os braços e ceder ao facilitismo. Qualquer pessoa entende isto. Não há ninguém que queira chegar mais longe que não faça mais qualquer coisa, senão o resultado não será diferente.”

Tal como o Presidente do PSD afirma, é preciso acrescentar algo para futuro. Mas hoje estamos a ser governados por uma solução política “que não tem condições para gerar esta ambição”.

O único cimento que une a atual maioria é o de impedir que o PSD governe e o de reverter reformas estruturais. “Veem ao perto, e perdem a capacidade de ver o futuro. Desde que tomaram posse que olham para as autárquicas. Esta maioria converteu-se numa solução tão populista quanto outras que ameaçam países na Europa”, denunciou o líder da oposição.

Mas o PSD não cruza os braços, e luta para “contrariar este unanimismo”.