Isabel Meirelles defende que a resposta europeia a esta crise deve passar o menos possível pelo recurso a empréstimos

29 de abril de 2020
Grupo Parlamentar

Isabel Meirelles mostrou-se “relativamente otimista” em relação ao resultado do Conselho Europeu do dia 23 de abril. A Vice-Presidente do PSD lembrou que, durante a crise das dívidas soberanas, as instituições europeias levaram cerca de 4 anos até começar a encontra um caminho que fizesse algum sentido. Desta vez, refere, perante uma crise que não era anunciada, ao contrário da anterior, “mediaram apenas 10 dias entre a primeira reunião do Eurogrupo, em que a solução começou a ser desenhada, e a sua aprovação final. Embora se trate apenas de um plano e emergência.”

Na audição do Ministro dos Negócios Estrangeiros após o Conselho Europeu, Isabel Meirelles afirmou que o PSD considera que a resposta a esta crise deve passar o menos possível pelo recurso a empréstimos, uma vez que o peso da nossa dívida pública já é bastante grande. “Isto não é só uma questão de solidariedade, é também uma questão de racionalidade”, pois se os apoios forem apenas à base de empréstimos, adianta a parlamentar, os receios dos investidores sobre a sustentabilidade das dívidas aumentam.

A Vice-Presidente do PSD afirmou ainda que a dimensão da política europeia é crucial, sobretudo quando se aproxima a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia. “O governo precisa de uma estratégia para a dimensão europeia porque a presidência croata não tem feito muito, a presidência alemã, até porque é o último mandado da chanceler Merkel, vai querer ter uma posição musculada que fique na história da resolução desta crise, mas muita coisa vai sobrar para a presidência portuguesa no início do próximo ano.” Tendo em conta este cenário, a deputada sugeriu ao Ministro dos Negócios Estrangeiros a constituição de uma task force, que reunisse especialista das mais diversas áreas, para potenciar a preparação da visão portuguesa para os desafios gigantescos do pós-crise sanitária. “Qual é a sensibilidade do governo para equacionar uma estratégia deste tipo para a presidência portuguesa? É que estas são questões para as quais devemos estar muito bem preparados”, adiantou.