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Adão Silva acusa o Ministério da Educação de ter falhado “clamorosamente” para com os alunos durante a pandemia. Numa conferência, organizada pelo Grupo Parlamentar e pelo CEN, sobre “As aprendizagens no pós-pandemia”, o líder parlamentar do PSD recordou que as escolas, os professores, os pais e os alunos conseguiram adaptar-se às circunstâncias exigentes, mas lamentou que o Ministério não tenha acompanhado esse esforço.
“O Ministério da Educação prometeu os computadores que não vieram e prometeu formação que não veio. O Ministério da Educação não foi capaz de construir uma estratégia de reconstrução da própria escola e estamos agora confrontados com atrasos e desigualdades”, assinalou o parlamentar.
Perante este falhanço, Adão Silva considera que o Governo devia ter montado uma “estratégia para a recuperação deste enorme buraco que se abriu”, algo que não aconteceu.
Depois de já ter confrontado o Ministro e de ter promovido um Seminário na Comissão de Educação sobre a necessidade de recuperação de aprendizagens, Adão Silva frisou que o PSD organiza este seminário não apenas para fazer um diagnóstico, mas sobretudo para denunciar a impreparação que o Ministério da Educação está a demonstrar e para preparar os contributos do PSD.
Já David Justino criticou a falta de um levantamento sobre as perdas de aprendizagens e apelou ao Governo para que ouça os diretores das escolas e os professores.
De acordo com o Vice-Presidente do PSD e Presidente do Conselho Consultivo do CEN, a falta de atuação do Governo faz com que não se saiba em que medida as aprendizagens foram perdidas, nem em que anos o impacto foi maior. O social-democrata contestou esta forma de “navegar à vista”, sublinhando que desta forma o “risco de encalharmos” é muito maior.
De seguida, David Justino recordou que as perdas não são iguais para todos os níveis de ensino e que vai ser necessário encontrar soluções diferenciadas e ter uma visão de longo prazo, porque as aprendizagens perdidas vão demorar muitos anos a recuperar.
A terminar, o Vice-Presidente do PSD reconheceu que o ensino à distância pode trazer algumas oportunidades, sobretudo para o ensino de adultos, mas afirmou que esta experiência veio revelar que “não há nada que substitua o ensino presencial”, o contacto com os professores e a interação com os outros alunos.
A conferência contou ainda com intervenções de Rute Perdigão e Alexandre Homem Cristo, e com os testemunhos de Diretores Agrupamento de Escolas de Miraflores, Sertã e Penafiel. No final, ocorreu um debate entre deputados, professores e Diretores, moderado pelo Vice-Presidente do GPPSD, Luís Leite Ramos.