“Tenciono ser primeiro-ministro em 2019, gostava de receber uma herança melhor do que a que recebi em 2011 e melhor do que a que deixei em 2015”

16 de setembro de 2017
PSD

O líder do PSD desafiou ainda o Governo a esclarecer os compromissos em investimentos e obras públicas até 2020, visto nos últimos dois anos os projetos consensualizados terem ficado na prateleira. Os mesmos últimos dois anos em que Portugal podia e devia ter crescido mais, aproveitando a herança deixada pelo PSD. António Costa, que foi hoje a Bruges falar de reformas para o futuro da Europa, devia ter a coragem de fazer reformas estruturais em Portugal e decoro ao falar do projeto europeu quando está numa solução de governo com dois partidos antieuropeus e contrarreforma.

Foi perante centenas de simpatizantes e apoiantes do PSD que Pedro Passos Coelho afirmou que deixou “uma herança bem melhor do que recebemos em 2011 e eu, que tenciono poder ser primeiro-ministro em 2019, também gostava de receber uma herança melhor do que recebi em 2011 e melhor do que a que deixei em 2015”.

O líder do PSD destacava também que “se descontarmos o aumento dos salários na função pública, o Estado tem menos para gastar do que quando eu era primeiro-ministro”, quando diziam que o PSD era uma “encarnação do mal e que estava a destruir a escola pública e o Serviço Nacional de Saúde. Mas nestes dois anos, o Governo tem gasto menos nas políticas sociais do que nós gastávamos quando estávamos em recuperação, com a economia e o emprego a crescer”.

Recentemente, a ministra da Justiça alegou a falta de condições económico-financeiras para não responder às pretensões dos magistrados. Mas também hoje o ministro das Finanças disse algo parecido, ao dizer que estavam a tratar do Orçamento do Estado para 2019 mas que era preciso ter em conta as restrições económico-financeiras.

“À medida que nos aproximamos da segunda parte da legislatura, os membros do Governo descobrem que há restrições económico-financeiras. As restrições económico-financeiras existiram sempre, o Governo é que as andou a esconder durante dois anos, e foi por isso que o investimento na educação, saúde, segurança e nas universidades, por exemplo, foi no ano passado substancialmente menor, havendo ainda ocultação com as chamadas cativações que ocorreram”, denunciou o líder da oposição.

Nos próximos dois anos, os partidos da geringonça não podem usar desculpas. “Não podem aparecer como o Bloco de Esquerda a dizer que não se aperceberam das cativações. Houve dissimulação e ocultação”, disse.

Agora, com os dois anos que temos pela frente, é importante “recuperar o tempo perdido e é fundamental que reformas importantes possam ser semeadas para que os portugueses colham os benefícios do futuro, esteja quem estiver no Governo. A herança que deixamos deve ser sempre melhor do que a que recebemos.”

 

Governo deve esclarecer compromisso para investimentos até 2020

Com a herança que o PSD deixou, Portugal podia ter crescido mais em 2016 e 2017, se o caminho de recuperação tivesse prosseguido.

Que pena não termos crescido mais. Que pena que tivessem sido semeadas tantas dúvidas, que pena o primeiro-ministro estar a discursar no Colégio Europeu em Bruges sobre o futuro da Europa, da União Económica e Monetária e de reformas na Europa e em Portugal escolher aqueles que são os partidos com a política mais antieuropeia para apoiar o seu Governo e que garantem que o que prevalece é a contrarreforma ou a reversão. Há aqui uma contradição insanável”, disse Pedro Passos Coelho.

O que se passou em Portugal nos últimos dois anos foi perder tempo. Se “se tivesse seguido o caminho que deixámos talvez o primeiro-ministro não estivesse a pedir um amplo consenso para as obras públicas, para todas as que não fez e que estavam acordadas”, afirmou.

Tal como o líder da oposição denunciou, “dois anos depois, essas obras e investimentos ficaram na prateleira dois anos e agora dizem que é preciso pensá-las além de 2020. Se tudo estava previsto porque não foi feito, porque não saiu do papel? Querem reprogramar? Era bom que começassem por esclarecer, como pedimos ontem no Parlamento, o compromisso até 2020. O programa de investimentos previstos ficou na prateleira”.

 

Quando o PSD olha para o futuro do País, espera sempre que Portugal possa alcançar melhores resultados no futuro.

“Olhamos para Portugal como para cada um dos municípios. Queremos que os nossos políticos estejam atentos às possibilidades de cada momento. Sabemos que o futuro se constrói não apenas pela circunstância mas pelo trabalho e esforço que conseguimos desenvolver para que as possibilidades de amanhã sejam maiores do que tivemos”, explicitou o líder do PSD.

Pedro Passos Coelho disse ainda que “temos boas razões para acreditar que a nossa maneira de estar na política é a que vale a pena. Procuramos a cada oportunidade mostrar resiliência e acreditar que é possível preparar um futuro melhor do que herdámos. Em 2011 tínhamos o País numa circunstância difícil. Mas lançámos as sementes e fizemos reformas que estão a dar os frutos. Vemos que uns colhem com o que fizemos, e não levamos a mal que o País beneficie disso.”