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Os partidos da esquerda que suportam o Governo anunciam uma revisão do atual regime de reformas antecipadas, mas “este é mais um assunto em que não chegam a consenso”, diz a deputada Clara Marques Mendes.
Para o PSD, é sintomático que o Governo se reúna à porta fechada com o PS, o PCP e o BE, e evite um debate amplo, sério e prudente com todas as bancadas parlamentares, sobre as mudanças a introduzir nas regras de acesso às reformas antecipadas, e que não coloquem em causa a sustentabilidade do sistema de pensões.
“É uma espécie de leilão a ver quem dá mais”, acusou Clara Marques Mendes, deputada social-democrata, hoje, na Assembleia da República. “O que é que efetivamente vai ser feito?”, perguntou.
A proposta do Governo, de consentir a reforma antes do limite legal, ou seja, antes dos 66 anos e três meses, é ilusória, porque só os contribuintes com mais de 60 anos e com pelo menos 48 anos de descontos é que poderiam fazê-lo sem sofrer qualquer penalização.
“Uma primeira certeza é que os partidos da geringonça não se entendem e que o Bloco de Esquerda aproveitou este momento para dar um puxão de orelhas ao Governo, porque não concorda com as medidas anunciadas, desde logo com o conceito de duração da carreira”, acusou Clara Marques Mendes.
Há, para já, uma certeza: a geringonça está em desacordo sobre qual a solução a concretizar e o Governo opta por procurar soluções fora de um consenso mais alargado.
“Qual o impacto orçamental destas medidas? Sabem que quem vem a seguir resolve os problemas que vocês criaram”, ironizou Clara Marques Mendes.