PSD autonomiza transparência no diploma sobre gestores para alcançar consenso na AR

29 de outubro de 2016
PSD

O PSD anunciou este sábado, 29 de outubro, que vai desdobrar o projeto de lei que visa acabar com a exceção "escandalosa" para os administradores da CGD, autonomizando o ponto relativo à transparência para promover o consenso entre os partidos no parlamento.

Na sexta-feira, 28 de outubro, o PSD deu entrada no parlamento de um projeto de lei para voltar a incluir a CGD no âmbito da aplicação da lei que regula o Estatuto do gestor público, (lei 71/2007), ao revogar o ponto 2 do artigo 1.º, pretendendo fixar na lei os critérios da "razoabilidade e adequação" nos salários dos gestores públicos, num diploma que visa ainda garantir que a administração da CGD fica obrigada aos deveres de transparência.

O PSD afirmou que vão "desdobrar a proposta apresentada sexta-feira", considerando que esta questão é uma "pouca-vergonha" porque "é absolutamente escandaloso que o presidente da Caixa se dê ao luxo de afirmar publicamente que não cumpre essa disposição legal e o Governo lave daí as mãos dizendo que não é nada consigo".

"A forma mais expedita de resolver esse assunto é autonomizar a parte relativa à transparência, que fazia parte do nosso projeto, e suscitar junto dos partidos uma aproximação para que se resolva de uma vez por todas uma situação escandalosa. Nós desdobraremos a nossa iniciativa em duas para que não haja nenhum álibi por parte dos partidos", explicou o PSD.

Segundo PSD, no caso da transparência há uma opinião unânime, o que não acontece no caso dos salários.

"Se assim é, a forma mais rápida de resolver o assunto, de não arranjar aqui nenhum subterfúgio para que percamos esse consenso é autonomizar as regras no domínio da transparência", defendeu o PSD.

O PSD salientou ainda que, "não há nenhuma dificuldade em se gerar no âmbito parlamentar um consenso à volta da aplicação do regime dos titulares de cargos políticos e dos gestores públicos também à administração da Caixa".

"Ninguém perceberia no país que o presidente da Caixa fosse diferente do Presidente da República, do presidente da Assembleia da República, do primeiro-ministro, dos deputados", sublinhou.

Segundo o PSD, "autonomizar é muito simples", ou seja "fazer aplicar à administração da Caixa aquilo não devia sequer carecer de uma alteração legal, mas para que não haja dúvidas consagrar em texto de lei, de forma direta, a aplicação das regras que determinam que haja este momento de transparência também na administração da Caixa".