Perseguição a bolseiros: importa saber se ministro tinha conhecimento

18 de julho de 2017
PSD

 

Considerando que “foi este Parlamento que expôs os dois bolseiros”, “o Parlamento e esta comissão não vão deixar morrer este assunto”, afirmou esta terça-feira Duarte Marques, em audição ao ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Em causa, a alegada discriminação e perseguição a bolseiros de investigação que viram as suas bolsas canceladas (mais informação aqui).

Para o PSD, importa perceber “até que ponto o sr. ministro acompanhou este processo” e “qual é o seu envolvimento”, reiterou o deputado social-democrata. “Se disser que não conhece o processo em concreto, que é competência da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), esperaremos pelos resultados. Se foi sendo informado, há perguntas a que tem de responder, porque há uma dualidade de critérios na avaliação da exclusividade dos bolseiros”. Segundo explicou, “há muitos bolseiros na mesma situação e só aqueles é que foram para a rua”.

Os dois bolseiros em questão “curiosamente foram aqueles que, no Parlamento, reuniram connosco e influenciaram decisões contra a vontade do sr. ministro e do sr. presidente da FCT”, denunciou. “Como é que é possível o sr. ministro, ser membro responsável pela tutela de um organismo tão importante e ter bolseiros que informam a instituição dos conflitos de interesses que têm, isso está tudo discriminado nas suas candidaturas, nunca a FCT lhes disse que era conflito de interesses que os impedia de participar nos concursos e, a seguir, a FCT diz que estão a violar as regras e os regulamentos?”, perguntou.

Para Duarte Marques, ou Manuel Heitor “ou não está ao corrente de nada ou acompanhou o processo e é tão responsável, como o presidente da FCT”. Trata-se da situação “mais grave com que já nos deparámos”, salientou.

O deputado social-democrata afirmou, também, que “é preciso descaramento e falta de coro para vir à Comissão de Educação e Ciência anunciar mais um conjunto de novas bolsas e nós termos estado a semana toda a receber queixas de bolseiros que, ainda, não receberam as anteriores”. Considera, por isso, que “o ano de 2016 fica para a História como o ano de maior desgraça na FCT”. Disse esperar que, além da abertura de mais concursos para bolsas, o ministro “pague aquelas que tem em dívida”.