Pedro Passos Coelho: dever de neutralidade “não está a acontecer”

7 de setembro de 2017
PSD

O Presidente do PSD reforçou que numa democracia quem tem “maior responsabilidade” deve “dar o exemplo

Disse que quem governa anuncia frequentemente estar a “virar a página da austeridade”. “Mas é sempre a mesma página”, criticou

 

Julgo que as pessoas não se deixam levar, mas fica mal num Estado em que as pessoas que têm maior responsabilidade devem dar o exemplo”, disse Pedro Passos Coelho a propósito do “dever de neutralidade” em período de eleições. “Manifestamente, parece-me que isso não está a acontecer”, acrescentou o líder social-democrata, esclarecendo que “a forma como o Governo está na ação política não tem cumprido esse dever”. Afirmou, por isso, esperar que em setembro se possa cumprir esse dever próprio de “uma democracia como a nossa”.

Em visita ao município da Lourinhã, hoje, o líder do PSD referiu que não traçaria expectativas quanto às negociações – orçamento para 2018 - que estão a decorrer entre os partidos que, no Parlamento, suportam o Governo. Alertou, contudo, que “é importante que se possa atingir o equilíbrio”, já que o próprio Executivo “tem criado expectativas muito elevadas”. “Era do interesse do País que as coisas fossem realmente ponderadas e equilibradas”, salientou, lembrando que “não foi assim que aconteceu no discurso e nas metas propostas nestes dois anos”.

 

Escolhas do Governo têm contribuído para deterioração da resposta pública

Pedro Passos Coelho foi claro ao afirmar que os portugueses sabem “o que é que custou atingir as metas em Portugal, em 2016, e o que vai custar em 2017”. Relembrou a “qualidade menor dos serviços públicos, em áreas sensíveis do Estado” que se tem verificado. Saúde, Educação ou Administração Interna “têm vindo a degradar-se ao longo destes dois anos”, sublinhou, justificando que o Executivo “ao ter preferido dar prioridade à matéria dos rendimentos e, em particular, dos salários e menos relevância a outras escolhas vai deteriorando a resposta pública”. Todavia, “há um dia em que a despesa vai ter de ser feita”, lembrou. “Este Governo vai fazendo escolhas que, do ponto de vista da recuperação de rendimento, tem funcionado bem, do lado da resposta das políticas públicas tem havido uma deterioração”, reforçou o alerta.

O Presidente do PSD foi, ainda, questionado sobre o crédito malparado. Afirmou não querer reagir sobre algo do qual “pouco se sabe ainda” e que cabe ao “Governo explicar”. Recordou ainda que o atual Executivo “já afirmou coisas muito diversas sobre a forma como se devia encarar a resolução do crédito malparado” e, sempre que interpelado sobre o assunto, “diz que está muito perto de apresentar uma solução”.