Pedro Passos Coelho defende que Portugal deve ter um papel mais ativo na Europa

17 de abril de 2016
PSD

O Presidente do PSD defendeu hoje, no encerramento da 9ª Universidade Europa, que Portugal pode e deve ter um papel mais ativo dentro da Europa.

Pedro Passos Coelho afirmou que “Hoje estamos em condições de exigir um outro comportamento da Europa, desde logo para tratar do problema dos paraísos fiscais”. Relembrando o trabalho levado a cabo nos últimos anos, o social-democrata afirmou que em Portugal se fez um esforço para que o combate à evasão fiscal fosse mais intenso. “Sabemos que, à escala global, são vários os que fogem às obrigações e que beneficiam da falta de transparência para acumular riqueza. Temos tido uma política prudente nesta matéria em Portugal e precisamos de uma resposta à escala europeia”, afirmou.

Esta semana, o PSD vai apresentar uma recomendação ao Governo para que, na Europa, se possa fazer um tratamento politicamente mais forte contra os paraísos ficais, para que os países possam ter uma comunicação mais limpa e harmonizada sobre o que estes são e para que o controlo seja exercido na relação entre o sistema financeiro europeu e as praças com regimes fiscais favoráveis. “Em Portugal, devemos antecipar a entrada em vigor que obriga à troca de informações automática entre as administrações fiscais”, referiu o Presidente do PSD, acrescentando ainda que “A inacção do Governo tem sido grande. Precisamos de ter um governo mais ativo a contribuir para  a resolução dos novos problemas que surgiram.”

Seguir as boas práticas

Muitos procuraram traçar a ideia de que a Europa funciona mal porque as forças progressistas estão em minoria. Hoje, os socialistas detêm a maioria dos governos em função na Europa. O facto é que foram esses mesmos governos socialistas que deixaram os seus países à beira da insustentabilidade económica e financeira antes da crise financeira. “E foram governos não socialistas que tiraram esses países do abismo. Por isso, temos de reflectir porque é que os governos socialistas pensam que o esforço foi excessivo e que voltar aos modelos anteriores é melhor”, alertou Pedro Passos Coelho.

O Presidente do PSD salientou que, graças aos esforços de muitos e ao aperfeiçoamento das instituições europeias, e a decisões tomadas permitiram vencer a emergência e que a generalidade dos países europeus tem vindo a recuperar. Por isso, é necessário que se criem mecanismos que permitam respostas comuns à escala europeia, pois cada país por si só não conseguirá resolver os problemas. “A responsabilidade nacional e a europeia têm de caminhar uma com a outra, gerando confiança entre todos. Se ficarmos com a ideia que uns fazem um esforço para outros gerarem mais facilitismo, a resposta europeia será de divisão”, referiu o líder social-democrata.

Sobre a conduta da actual maioria, Pedro Passos Coelho referiu que a conduta do Governo, que tem aproximado Portugal à Grécia, gera preocupação, alertando que:  “Depois dos esforços que os portugueses fizeram e do que conseguiram, porque é que o Governo quer que Portugal esteja cada vez mais próximo do exemplo da Grécia? Não se percebe. Percebo que se queira mostrar solidariedade, tal como eu fiz. Os esforços que fizemos durante mais de 3 anos foi para nos aproximar da Irlanda, para termos mais autonomia e decisão, não da Grécia. Esta aproximação fragiliza-nos junto dos mercados financeiros.”

O Presidente do PSD afirma que aquilo que António Costa fez na Grécia foi desrespeitar os esforços dos portugueses. Ou talvez tenho feito um primeiro ensaio para mostrar que as coisas não vão tão bem quanto se previa. “António Costa já lançou dúvidas do que podia ser o plano B das contas públicas portugueses. E foi o Governo que deu a conhecer informações que lançam nuvens sobre o futuro. E, de repente, os portugueses não percebem o que se passa. É importante que o governo esclareça. Qual a perspectiva de médio prazo para Portugal e os portugueses? As medidas que anunciou eram imprudentes? O Governo deve dizer se as medidas que tomou de reversão não correspondem à decisão adequada. O Governo deve interromper as reversões que tem vindo a fazer, cada vez mais as escondidas, na educação, no ambiente e nas empresas públicas. Deve dizer com clareza qual é o caminho que pode seguir para que a maioria que governa o  país possa dizer aos portugueses com o que podem contar. Os portugueses vivem bem com a verdade, não com a ilusão e os números de circo em que tudo vai bem e de repente tudo passa a ser pior. Queremos mais sentido de responsabilidade e de futuro à maioria que nos governa. Queremos que falem de forma verdadeira  e diga que caminho vai seguir”, concluiu Pedro Passos Coelho.

O papel dos jovens

Sobre a participação de Portugal na Europa, Pedro Passos Coelho relembrou que há 30 anos, todos pensavam que os anos seguintes seriam de uma enorme transformação, o que se verificou. O país de 1985 era muito diferente do de hoje, e era pior em muitos sentidos. “Tal não significa que tenhamos aproveitado completamente as vantagens. Podíamos estar muito melhor se não tivéssemos cometido vários erros. Mas os erros do passado só podem ser importantes para não serem repetidos pelas novas gerações”, afirmou o líder social-democrata.

O Presidente do PSD reiterou a necessidade de uma visão que colmate as falhas e que aperfeiçoe as instituições pelos olhos dos jovens: “Essa europa não pode ser fechada em si própria. Temos de ser cada vez mais uma Europa cosmopolita e aberta, com relações intensas seja com a fronteira a sul seja no outro lado do atlântico seja por intermédio da fronteira com o oriente. Portugal ocupa uma posição central e não periférica deste ponto de vista. Estamos no centro da relação aberta que a europa pode ter com o mundo”, frisou.

Para ajudar a Europa neste campo, o papel dos jovens é crucial. A Europa deve reconhecer que é uma sociedade envelhecida, com pessoas idosas que vivem cada vez mais anos e com menos jovens. Para lutar contra a perca de dinamismo, é necessário lutar contra os problemas do envelhecimento, abrindo as portas não só aos refugiados mas também a pessoas empreendedoras que queiram vir para a Europa acrescentar valor com a vontade de trabalhar. Pedro Passos Coelho afirmou que “A Europa é uma sociedade aberta, tolerante e democrática. É inclusiva. A Europa não tem de ser uma Europa fortaleza mas não pode ser de porta aberta para que quem não respeita os nossos valores os queiram por em causa. De que vale ser uma sociedade aberta à diferença sem pilares fortes que nos possam guiar para futuro?”

Neste campo, Portugal pode ajudar a Europa e beneficiar deste movimento. A Europa deve bater-se pelo dinamismo e não adiar a resolução dos problemas: “Se é para empurrar com a barriga, então cometeremos um erro trágico e as próximas crises serão mais violentas, e as suas consequências desagregadoras para os europeus. Os jovens devem bater-se por não adiar os problemas, desmascarar os discursos facilitistas e o radicalismo. Precisamos de criar a Europa em que acreditamos mas antes temos de criar a Europa com que podemos resolver os problemas de hoje para atingir o ideal de amanhã. E isso faz-se com realismo. O futuro depende sempre das nossas decisões. Ter esperança na europa é ter esperança nos jovens.”