Pedro Passos Coelho acusa o Governo de falta de liderança e de ação política

3 de julho de 2017
PSD

O líder social-democrata acusa o atual Executivo de se concentrar na popularidade, em detrimento da preparação do futuro

 

Reforçou a necessidade de se proceder à descentralização

Falta Governo, falta liderança, falta ação política ao Governo de Portugal”, afirmou este domingo Pedro Passos Coelho, criticando o silêncio do primeiro-ministro no que se refere ao desaparecimento de material de guerra de Tancos. Aconselhou António Costa, “quando se vier a pronunciar sobre isto”, a “não acrescentar aquilo que sabemos”, mas a dizer “alguma coisa que compreenda a responsabilidade política do Estado e do Governo e o que é que está a fazer”.

Tal como o líder social-democrata tem vindo a denunciar, “não existe ação, nem liderança política” por parte de um Executivo que insiste em não agir e, assim, em não tranquilizar as pessoas. “Este Governo só mostrou servir para as horas boas”, acusou Pedro Passos Coelho. “Quando aparece algum imprevisto, desaparece”, salientou.

Sabemos que não podemos contar com este Governo para aquilo que é difícil, que é importante, para as horas em que se tem de mostrar liderança e ação política”, acusou, acrescentando que se trata de um Executivo “muito lento a assumir responsabilidades e a empreender ações”. Segundo referiu, “em muito pouco tempo, no coração de políticas públicas, que deveriam existir para garantir a defesa e a segurança das pessoas, o Estado falha em aspetos que são essenciais”.

 

Governo continua sem transmitir confiança às pessoas

Pedro Passos Coelho recordou, novamente, os incêndios que afetaram o País, para afirmar que “era de esperar que o Governo pudesse já ter tomado um conjunto de iniciativas que oferecessem às pessoas mais confiança”. O líder social-democrata defende ser “impensável” “que estejamos em julho a olhar para todo o período de incêndios, que agora se abre de forma ainda mais intensa, sem que haja no nosso conhecimentos ações que tenham sido empreendidas”.

O Presidente do PSD alertou que “vivemos um tempo em que não basta procurar desempenhar os cargos com sobriedade e consciência. É, também, um tempo em que temos de estar preparados para coisas que, às vezes, nos surpreendem e poder dar conta do recado, quando nem tudo acontece da melhor maneira”. Por isso, sublinhou a necessidade de existir “capacidade em cada município, com as leis que temos, de fazer cada vez melhor”, pois “é isso que se exige quando se escolhe um candidato a uma autarquia, quando se elege um presidente de câmara”.

 

Estado deve criar condições para que as pessoas permaneçam nas suas terras

Pedro Passos Coelho apresentou, este domingo, a candidatura de Célia Marques à Câmara Municipal de Alvaiázere, afirmando que “o PSD tem muito orgulho na história que construiu” e no “trabalho extraordinário que tem feito”. Segundo explicou, “procuramos escolher bem para, no contexto que temos, podermos ter pessoas capazes, competentes, a lutar pelas suas terras, defender as suas comunidades, a fazer mais e melhor pelas suas gentes”.

Referiu-se à necessidade de haver mais “instrumentos ao alcance dos autarcas”, para que possam responder a questões de natureza social e contribuir para que surja investimento e se potencie a criação de emprego. Para que apareçam investidores e, por conseguinte, as pessoas “possam ganhar as suas vidas nas suas terras”, é importante que o Estado crie “condições para que isto aconteça”.

Pedro Passos Coelho lembrou que o PSD tem “há muito tempo” uma proposta “à espera no Parlamento” e cujo objetivo é “avançar no reconhecimento do estatuto de baixa, e muito baixa, densidade”. Só assim será possível adequar as políticas às características de cada zona. Tal como explicou: “não é a mesma coisa fazer políticas para áreas que estão sobrelotadas de gente ou para territórios que quase não têm pessoas. Essa distinção tem de vir da própria lei, mas tem também de resultar dos meios disponíveis, dos fundos adequados para que essa atração do investimento e a fixação do emprego possam acontecer”.

 

Atual Executivo “tem feito pouco trabalho de casa

O líder social-democrata acusou o atual Executivo de andar, “mais uma vez, a dormir tempo demais”, já que, “quase desde que tomou posse, que andamos a dizer que é importante avançar na descentralização”. Tal como criticou, este “é um Governo que, estrategicamente, dedica muito pouco tempo a preparar o futuro, porque só está preocupado com o dia a dia, com as eleições, com a popularidade”. Aconselhou-o, por isso, a “corrigir a mão” e a “pensar mais nos nossos territórios” e “menos nos equilíbrios da geringonça e da popularidade dos membros do Governo”.

Segundo disse, o PSD “mantém-se como um grande partido”, sendo “indispensável nas câmaras municipais para resolver os problemas das pessoas” e “no País para chamar a atenção para aquilo que não está a ser feito, já que “o Governo tem feito pouco trabalho de casa”.