Falta de médicos deixa milhares sem Saúde

13 de março de 2017
PSD

Atrasos no pagamento a profissionais de Saúde, populações em Abrantes e no Alentejo sem acesso à saúde, durante vários dias porque o Estado não pagou contas, foram as queixas apresentadas aos deputados do PSD, eleitos por Santarém. O PSD exige ao Governo que preste esclarecimentos sobre as situações que estão a afetar a prestação de cuidados médicos em algumas zonas do País.

Numa visita ao concelho de Abrantes, os deputados ouviram protestos pela existência de atrasos nos pagamentos a profissionais de saúde, “levando a que pelo menos um deles tenha suspendido temporariamente as consultas e a sua atividade”, pode ler-se no requerimento dirigido ao Ministério da Saúde.

Esta situação é extremamente grave porque há toda uma comunidade que ficou sem acesso a cuidados de saúde primários durante vários dias”, alerta o PSD. “Mais de mil cidadãos ficaram temporariamente sem médico de família, não por haver escassez de médicos, mas porque o Estado não cumpriu as suas obrigações”, denuncia o partido.

Os deputados esperam respostas a duas perguntas: “tem conhecimento de que o médico que prestava serviço na freguesia de Alvega e Pego, concelho de Abrantes, suspendeu a sua atividade por falta de pagamento do Ministério da Saúde?” e “que medidas tem o Ministério da Saúde preparadas para garantir que situações como esta não se voltarão a repetir?”.

Alentejo: Como o Governo pretende combater a falta de profissionais?

Os hospitais e centros de saúde do Alentejo debatem-se com a falta de médicos de várias especialidades: anestesia, ginecologia, oncologia, pneumologia, radiologia ou reumatologia.

De acordo com o PSD, “é difícil atrair médicos para o Alentejo e para todo o interior do país”, devido a “condições de trabalho nem sempre atrativas, instalações muitas vezes degradadas, equipamentos obsoletos ou em falta e sobrecarga de trabalho”.

Tendo conhecimento de que a ARS Alentejo “tem aberto sistematicamente concursos para médicos de diferentes especialidades, mas quase sempre sem quaisquer resultados práticos” e de que “os concursos acabam quase sempre vazios”, os sociais-democratas questionam, assim, o ministro da Saúde sobre que medidas pretende o Governo “adotar para fazer face” à escassez de profissionais registada.