“Eu não era o PM da austeridade, mas o da recuperação económica”

10 de novembro de 2016
PSD

Em entrevista à Renascença, esta quinta-feira, 10 de novembro, o Líder do PSD, Pedro Passos Coelho critica as previsões económicas do Governo e diz que as metas ficam aquém do registado em 2015.

“ O que se passa é isto. O Governo está a propor, em termos de meta, de objectivo, de ambição para 2017 menos do que nós tivemos em 2015 de crescimento. Isto não é razoável e ainda só agora estamos a começar a conversa porque depois vai corrigir.”

 Pedro Passos Coelho não concorda com rumo que o atual executivo deu a Portugal, com o Orçamento do Estado para 2017, mas também não quer regressar ao poder a qualquer custo. “Ninguém pode acreditar com sinceridade que eu, que lutei tanto para que o país saísse do atoleiro em que estava, agora esteja interessado em que o país fique no atoleiro... para que eu seja necessário. A última coisa que quero fazer é ir para o Governo gerir resgates do país, isso seria um absurdo. Eu próprio desejo para mim um futuro melhor do que estar a fazer a política, que já tivemos de fazer no passado, em circunstâncias muito difíceis. Não é isso que desejamos.”, afirmou.

O Presidente do PSD destaca que há um ano, quando saiu do poder, “já não era primeiro-ministro da austeridade, era o da recuperação económica do país e foi por isso, presumo eu, que as pessoas me deram a vitória eleitoral. Não foi por as coisas estarem a correr mal, foi por as coisas estarem a correr bem.”

O PSD é chamado a apresentar propostas que ajudem na retoma e estabilidade económica do país pelo Governo e uma das propostas centra-se na reforma da Segurança Social. “Tem que haver uma reforma da Segurança Social porque ela está em défice explícito.”

Reforça ainda que “Nós temos um problema de sustentabilidade na Segurança Social, já sabemos que os sistemas providenciais de pensões estão em défice. O Governo há vários anos que transfere dos impostos dinheiro para suportar o aumento de pensões. Não era suposto que isto acontecesse assim, porque estas devem ser pagas com os descontos - as contribuições dos trabalhadores de hoje.”

Durante a entrevista, o Líder do PSD acusa o atual Governo de dizer “coisas espantosas como se a realidade não existisse”. Pedro Passos Coelho defende que se devem intensificar os factores de crescimento da economia para poder atrair investimento, gerar emprego e aumentar o rendimento das pessoas.

Lembra também que há uma grande desconfiança nos mercados em relação à solução política que suporta este Governo.