CGD: “O Ministro das Finanças encomendou o discurso das más notícias para quem vier"

25 de agosto de 2016
PSD

Esta quinta-feira, 25 de agosto, Pedro Passos Coelho afirmou que o Ministro das Finanças não explicou como será reestruturada a Caixa Geral de Depósitos com o pressuposto de que o dinheiro que o Governo vai injetar "não vai a défice" e portanto é feito em condições de mercado:

“Sobre isto o ministro das Finanças não disse nada. Encomendou o discurso das más notícias para quem vier depois. O presidente da Caixa que dê as más notícias. Ele deu uma notícia boa: chegaram em princípio a um acordo com a Comissão Europeia”, disse o Presidente do PSD na sua intervenção na Universidade de Verão do PSD/Açores.

O líder do PSD disse também que o Ministro das Finanças evitar dizer “qualquer coisa que faça perder votos ou que seja desagradável” e que “cumpriu as orientações habilidosas que a liderança do Governo indica. Nunca caiam na asneira de aparecer à frente de uma televisão com o cenho franzido ou a dar más notícias. Cara alegre, confiante, tudo se resolve. Amanhã se vê. Há um problema? Vamos resolver. E se não se resolver? Nós somos otimistas”.

Pedro Passos Coelho destacou que quanto mais dinheiro o Estado injetar na Caixa Geral de Depósitos maior terá de ser a reestruturação do banco, o que implicará mais despedimentos, fecho de balcões e redução da atividade, mas o PCP e o BE, que suportam o Governo do PS, “acham que é o contrário do que se devia fazer”.

O Presidente do PSD disse estar ainda cansado de ouvir “verdades à La Palice”, como a afirmação de que Portugal estaria a crescer muito mais se os bancos estivessem devidamente capitalizados.

“Não podemos fazer de contas que a realidade não é o que é. Quem governa a pensar em casos teóricos ou utópicos faz discursos bonitos, mas ao fim de uns anos não tem outra coisa para devolver senão menos bem-estar, mais responsabilidades para futuro e situações piores para resolver”.