CGD: “O Governo está sem norte e sem capacidade de decisão.”

7 de novembro de 2016
PSD

Pedro Passos Coelho questionou esta segunda-feira, 7 de novembro, à margem de uma reunião do PSD com a Confederação do Turismo Português (CTP), a posição do Primeiro-Ministro e seu Executivo em relação à entrega das respectivas declarações de rendimentos dos administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

"Não foi o Governo e o primeiro-ministro que escolheu esta administração? Não é o Governo e o primeiro-ministro que estão a dizer que é preciso cumprir a lei? Então, do que estão à espera senão dar indicações aos administradores de que têm de apresentar a respetiva declaração de rendimentos. Não percebo porque é que não dizem isso", declarou o Presidente do Partido Social Democrata (PSD)

Face ao que "toda a gente já afirmou" quanto à necessidade de os administradores da CGD "cumprirem a obrigação de transparência" e do que é "eticamente esperado", Pedro Passos Coelho disse não ver a razão pela qual ainda se discute este assunto. Se o assunto ainda não está resolvido, sugeriu, "é porque não há um entendimento claro entre o que foram as responsabilidades assumidas pelo próprio Governo e pelo primeiro-ministro do país junto da administração que ele próprio nomeou".

"Por que é que o primeiro-ministro que os convidou, convidou-os numa condição diferente desta e agora não tem autoridade para lhes exigir o que antes lhes disse que era dispensável de fazer? Do que é que está à espera o primeiro-ministro para mandar fazer cumprir a lei uma vez que foi ele que nomeou a administração juntamente com o ministro das Finanças?", questinou.

Tal como tinha sustentado este fim-de-semana, o Presidente do PSD afirmou que esta discussão revela "que o Governo está sem norte e sem capacidade de decisão" e que "está paralisado":

"Paralisar numa questão tão relevante que incide sobre a CGD que é o primeiro banco do país é grave. Não se percebe do que é que o primeiro-ministro está à espera para por um ponto final nesta matéria", revelou.

Sobre a reunião com a CTP, Pedro Passos Coelho, destacou uma "convergência muito grande" com a Confederação do Turismo Português quanto à importância de um acordo de concertação social que fosse além da questão do salário mínimo.

"Houve uma convergência muito grande quanto à importância de se caminhar para um acordo de concertação social de médio prazo que incidisse não apenas sobre questões relacionadas com rendimentos, leia-se com o salário mínimo, mas também com aspetos relevantes da área laboral e financeira", afirmou.

Segundo o Presidente do PSD, um acordo de concertação social de médio prazo poderia incluir aspetos como os processos de recapitalização das próprias empresas, através da "conversão de dívida em capital ou outras soluções", disse.