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Pedro Passos Coelho acusou este sábado, 12 de novembro, o Governo de querer "lavar as mãos" da polémica relativa à recusa dos administradores da Caixa em entregarem as declarações de rendimentos, considerando que é um problema do Governo e não da Justiça.
O Presidente do PSD, que falava à entrada de um encontro da "Trilateral Commission" em Lisboa, também referiu que “foi o Governo e o primeiro-ministro que fizeram a lei e convidaram a administração, não pode agora lavar as mãos e dizer que isso é com a Justiça. Isso é com ele, é com o Governo, não pode ser de outra maneira", defendeu.
Questionado sobre a posição transmitida pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho considerou a mesma "eticamente reprovável":
"Acho que é um bocadinho surreal, para não dizer até eticamente reprovável, que o Governo que fez a escolha da administração, alterou a lei de forma objetiva e consciente, esteja agora a lavar as mãos do problema, como se não tivesse nada a ver com o assunto", argumentou, considerando que "ninguém compreende isso".
O líder do PSD recordou que o Governo disse que "não foi por acaso" que fez um decreto lei que alterou o Estatuto do Gestor Público:
"Fê-lo justamente para retirar um conjunto de obrigações desses gestores que todos os outros gestores aceitam", lembrou.
"Acho que é lamentável que isso aconteça, isso revela uma falta de liderança do próprio Governo e uma dificuldade em assumir as responsabilidades daquilo que foi no passado decidido", salientou.