BdP: “Não pode ser posta em causa a independência de uma instituição destas”

9 de março de 2017
PSD

“Isso fragiliza profundamente o sistema financeiro, a imagem do país lá fora e contribui para uma deterioração do ambiente democrático”

 

À margem das XIII Jornadas de Contabilidade: Desafios de 2017, que se realizou no Instituto Politécnico da Guarda, Maria Luís Albuquerque defendeu que o governador do Banco de Portugal (BdP) teve uma “atitude correta” e que a independência da instituição “nunca pode ser posta em causa”.

"A atuação do doutor Carlos Costa, enquanto governador do Banco de Portugal, foi uma atitude correta. Olhar para os factos, com o conhecimento que se tem hoje para presumir o que deveriam ter sido atuações no passado é um exercício frequentemente perigoso e é errado, porque dá a entender que haveria possibilidade de tomar decisões diferentes quando, na verdade, o conhecimento não era o mesmo", afirmou a Vice-presidente do PSD.

Sublinhando que além da atuação de Carlos Costa à frente do Banco de Portugal ter sido "uma intervenção muito superior à de qualquer um dos seus antecessores", Maria Luís Albuquerque defendeu que "nunca pode ser posta em causa a independência de uma instituição com esta relevância".

"Isso fragiliza profundamente o sistema financeiro, a imagem do país lá fora e contribui para uma deterioração do ambiente democrático", destacou.

Maria Luís Albuquerque recordou ainda que o parlamento aprovou a audição de Carlos Costa, defendendo que é preciso aguardar para ver aquilo que o Governador "irá dizer aos deputados".

 

Ter finanças públicas sustentáveis “é fundamental”

 

“Não podemos esgotar os recursos técnicos, políticos, toda a discussão do país em torno do défice e da dívida. Nós temos é de resolver esse problema em definitivo para podermos focar-nos em outras matérias e discutir outros assuntos”, afirmou Maria Luís Albuquerque.

A Vice-presidente do PSD também defendeu a importância do controlo das finanças públicas. "Se não controlarmos as finanças públicas, tudo o resto vai correr mal. As finanças públicas correrem mal deitam por terra todos os esforços de crescimento do país noutras áreas, porque quando não há dinheiro para o Serviço Nacional de Saúde, para pagar as pensões, para pagar os salários, para pôr as escolas a funcionar, todos os outros esforços que se tenham feito para promover o crescimento são em vão e entramos novamente numa crise”, disse acrescentando que "elas não são suficientes para garantir o crescimento económico, mas são seguramente suficientes para o impedir quando correm mal, daí a importância da matéria".