Almaraz: Governo não defendeu os interesses dos portugueses

28 de abril de 2017
PSD

Foi hoje trazido a público que o Governo português considerou adequada e segura a construção de um armazém para resíduos nucleares na central espanhola de Almaraz. Para o PSD, esta construção sempre foi extremamente preocupante, pois indicia a intenção de prolongar a vida útil da central, o que não é aceitável.

Os social-democratas, que divulgaram a sua posição através de um comunicado à imprensa, defendem que o Governo tem uma última oportunidade para mostrar que está empenhado em defender os interesses dos portugueses, ao “impor a central nuclear de Almaraz, na agenda da próxima Cimeira Luso-Espanhola, exigindo o seu encerramento”.

É tempo de o Governo mostrar ao país “que está do lado dos portugueses e não do lado dos interesses das empresas de energia espanholas”.

A manutenção da central nuclear de Almaraz não diz respeito apenas a Espanha. Pela proximidade e pela partilha das águas do rio Tejo ela respeita também a Portugal e tem grande potencial risco para as populações e para as áreas protegidas dos dois lados da fronteira.

 

Quatro meses de “manobras políticas”

Desde o início do ano que o PSD tem chamado a atenção para o perigo que a central nuclear de Almaraz constitui para Portugal.

Já em janeiro, o Governo e o ministro do Ambiente escolheram ignorar os alertas do PSD e a recomendação da Assembleia da República na questão da central de Almaraz.

“O Governo acordou tarde e a más horas” para a construção de um novo armazém de resíduos nucleares na central de Almaraz, que Espanha aprovou à revelia da consulta a Portugal.

Um mês depois, o anúncio de que os governos de Portugal e Espanha tinham encontrado uma “resolução amigável” para o litígio entre os dois estados sobre a construção de um armazém de resíduos nucleares Almaraz não era senão propaganda política plantada por razões de conveniência e de marcação da agenda.

Ainda recentemente, o PSD questionou o presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) sobre a central nuclear, designadamente sobre as preocupações suscitadas pelo anunciado prolongamento do funcionamento e, também, por duvidar se tal facto não configura uma violação das regras da concorrência no setor da energia.