Açores2020: PSD condena "aproveitamento político" do PS ao candidatar rosto da Autoridade de Saúde

6 de outubro de 2020
PSD

O presidente do PSD/Açores diz ter um "outro caminho" para a região, que garanta melhores resultados, e critica o "aproveitamento político" do PS para as regionais de dia 25 com a candidatura do rosto da Autoridade de Saúde.

Tiago Lopes, governante, é diretor regional da Saúde e é também o rosto da Autoridade de Saúde dos Açores, tendo durante meses 'entrado em casa' dos açorianos por via dos pontos de situação diários da covid-19. O responsável concorre agora como número dois do PS pela ilha Terceira.

Para o líder do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, tal representa um "aproveitamento" dos socialistas de um "certo protagonismo" que Tiago Lopes almejou durante a pandemia. "É notoriamente um aproveitamento político. Mais evidente não pode ser. Isto é vantajoso para a maturidade orgânica dos órgãos de governo próprio da região, da autonomia e democracia dos Açores? Penso que não", considerou o social-democrata, em entrevista à agência Lusa.

Bolieiro reconhece que, no sufrágio de dia 25, há "manifestamente o risco" de os açorianos, particularmente os mais "fragilizados", se lembrarem mais da atuação do executivo do PS no combate à pandemia do que na atuação noutras áreas.

O PSD/Açores tem no seu programa político para as eleições o desígnio de "desgovernamentalizar" a região, e Bolieiro sustenta que, "passados 44 anos de autonomia, o caminho é de a favor da descentralização e da parceria, da corresponsabilização".

"Quero demonstrar que há outro caminho para conquistar outros resultados e objetivos que nesta fase, de 24 anos de governação do PS, não revelam progresso significativo", declarou ainda.

Questionado sobre uma eventual dispersão de votos pelas várias forças políticas da oposição, afirmou: "A concentração do voto no PSD para afirmação da alternativa, para garantir uma alternativa, é vantajosa em vez de uma dispersão pelos partidos de protesto. Mas devo dizer como democrata que aceito a pluralidade de opinião".

O programa político do PSD para as eleições regionais nos Açores, apresentado no final de setembro, assenta em quatro eixos estratégicos, defendendo uma desgovernamentalização e descentralização da região, a par de maior liberdade e independência e avanços no campo digital.

No que se refere ao segmento da desgovernamentalização, é defendido um equilíbrio da "distribuição dos fundos europeus entre os setores público e privado", sinalizando o partido que as pequenas e médias empresas (PME) da região "asseguram 70% do emprego e recebem 20%" dos fundos comunitários.