Abandono Escolar: Com António Costa, alguns ficam para trás

8 de fevereiro de 2017
PSD

Subiu para 14% a taxa de abandono precoce de educação e formação em 2016. Em apenas um ano de governação de António Costa, mais alunos abandonaram o sistema de ensino.

Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística mostram que foi interrompida a descida continuada do abandono escolar precoce, numa tendência que se verificava desde 2006. É a primeira vez, em 11 anos, que o abandono escolar aumenta, depois de ter passado de perto de 35%, em 2008, para 13,7%, em 2015.

A tendência de descida consolidou-se com o anterior governo que herdou uma taxa de abandono escolar de cerca de 23%, em 2011, e que a reduziu significativamente para 13,7%.

Esta quarta-feira, no debate quinzenal, Luís Montenegro confrontou o primeiro-ministro com os motivos do aumento do abandono escolar precoce, mas António Costa não apresentou justificações. Para o PSD, a estatística resulta das políticas do atual governo para a educação que estão focadas num desinvestimento no ensino profissional, nas reversões das reformas feitas e no desnorte das políticas da atual tutela e da maioria parlamentar radical.

António Costa não conseguiu explicar os motivos que fizeram com que o abandono escolar tenha crescido no primeiro ano do seu mandato. O primeiro-ministro chegou mesmo a associar esta subida à entrada dos jovens no mercado de trabalho.

Luís Montenegro apontou a incoerência do primeiro-ministro: “O que disse foi que o desemprego juvenil aumenta se os jovens forem estudar. É esta a sua tese, que o desemprego juvenil baixou e o abandono escolar aumentou.” “Tem de falar com o Ministério da Educação e perceber o que está a fazer”, rematou.

O líder parlamentar do PSD lembrou, ainda, a qualificação dos portugueses, pilar do Programa Nacional de Reformas, que António Costa levou novamente como tema ao plenário. “A conversa é sempre a mesma e sempre nos mesmos termos”, apesar de não estarem concretizadas quaisquer reformas, acusou. Luís Montenegro recordou que, já na sua mensagem de Natal, o primeiro-ministro tinha defendido que o maior défice da sociedade portuguesa era o do conhecimento. Mas, passado mais de um mês, o chefe do Governo insiste num tema a que não dá seguimento.

Depois da melhoria substancial na taxa de abandono precoce de 23,0% em 2011 para 13,7% em 2015, que tornava a meta comunitária de 10% em 2020 perfeitamente realizável, o governo de António Costa coloca em risco esse objetivo nacional.  Bastou um ano de governo para que se invertesse a melhoria continuada e acentuada num dos principais indicadores internacionais da qualificação.

  É uma má notícia para o sistema educativo nacional; uma má notícia para o país e um sinal visível dos resultados da inversão nas políticas de educação que melhoraram todos os indicadores qualitativos da educação a que o ministro Tiago Brandão Rodrigues sujeitou, e sujeita, escolas e comunidades educativas.