“2016 foi um ano perdido”

5 de novembro de 2016
PSD

O ano de 2016 foi perdido, “porque o Governo fez com que Portugal não aproveitasse as oportunidades”. José Matos Rosa, Secretário-geral do PSD, falou em Vila Real sobre o rumo do governo socialista, iniciado este ano e prolongado com a proposta de Orçamento do Estado para 2017, em destaque em mais uma sessão das Jornadas Consolidação, Crescimento e Coesão.

Em apenas um ano, o investimento público e privado caiu, a economia teve um crescimento anémico, a descida do desemprego abrandou e a criação de emprego foi tímida. O Secretário-geral do PSD alicerçou nestes factos a conclusão de que o próximo ano não será diferente, porque a proposta de Orçamento do Estado prossegue o modelo económico errado do Governo e não tem uma linha de reforma para Portugal. Ainda assim, “os partidos que apoiam o Governo manifestam silêncio” perante este Orçamento, que é marcado pela “injustiça, ilusão e impostos”, elencou José Matos Rosa. E nem o primeiro-ministro deu a cara pelo documento, no início do debate na generalidade, na Assembleia da República. “Na nossa governação, que foi feita em tempos duríssimos com a herança de pré-bancarrota diretamente das mãos do Partido Socialista, sempre tivemos a dignidade de dar a cara pelo que era pedido aos portugueses”, lembrou.

Também Nuno Serra recordou a governação do PSD, evocando a herança deixada em 2015. O vice-presidente da bancada parlamentar lembrou que “Portugal conseguiu, em 2012, pela primeira vez ao fim de 42 anos, ter superavit na balança comercial de serviços e bens”. Conquistas também na inversão da trajetória de endividamento das famílias e das empresas, na redução do défice de mais de 11% para menos de 3%, em quatro anos, que traduzem, no fundo, um paradigma de governação totalmente diferente do que o atual governo inaugurou. Esta é uma governação marcada por falácias, de que o maior exemplo é o consumo privado como motor do crescimento económico, defendeu Nuno Serra, fazendo contas ao avanço do PIB. “Estamos a entrar num período em que os dados macroeconómicos externos são mais favoráveis ao crescimento”, indicadores que eram menos positivos nos anos do anterior governo, quando Portugal cresceu mais do que atualmente. E apesar de dizer que recuperou a execução dos fundos comunitários, o Governo tem vindo a fazer o contrário. “Quem está a sofrer são aqueles que têm projetos que não estão a avançar”, apontou o deputado social-democrata. “A gestão política de António Costa está a sobrepor-se à gestão financeira do país”, rematou.

A mesma ideia foi deixada por Luís Leite Ramos, quando esmiuçou a ausência de estratégia do Orçamento do Estado para 2017, um documento que não privilegia “o investimento e o crescimento”, “não traz nem tranquilidade nem confiança aos portugueses”. E mesmo no que promete dar, é sempre para depois, adiando investimentos e nunca concretizando propostas, explicou o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD e deputado eleito por Vila Real. O distrito tem sido afetado pelos cortes do Orçamento, como a redução de 430 milhões de euros na pasta do Planeamento e Infraestruturas, avançou Luís Leite Ramos. São obras congeladas ou que ficam por avançar. Na saúde, o impacto das cativações tornadas cortes, este ano, é muito significativo. “Em abril deste ano, o Secretário de Estado da Saúde prometeu que o Hospital da Régua abriria em setembro ou outubro”, depois das obras para acabar com o surto de Legionella, descreveu o orador, para lembrar que, em novembro, ainda não há obras nem concurso para a sua realização.

O melhor exemplo da “falta de vergonha e de pudor do Governo é o Programa Nacional para a Coesão Territorial”, acusou Luís Leite Ramos, falando sobre um documento que diz ter sido “vendido como a salvação do interior” mas que contém 146 medidas, das quais metade já estão implementadas. “E muitas foram implementadas pelo governo anterior”. Acresce que as novas medidas não trazem soluções para o interior, faltando ainda números, prazos para a sua execução e previsão do número de beneficiários de cada uma.

O Presidente da Distrital do PSD Vila Real, Alberto Machado, focou igualmente a política da incoerência e da ocultação do governo socialista, acusando o primeiro-ministro de ter feito um discurso falacioso na Assembleia por anunciar como novas medidas que já tinham sido planeadas pelo XIX Governo Constitucional. Para Alberto Machado, é “uma intenção de popularidade que não é fundamentada na realidade”.